quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Importantes autores:




Kurt Lewin


       Sugeriu o contrario dos behavioristas: o comportamento humano não é condicionado a situações que este viveu no passado, mas pelos eventos que existem no momento em que o comportamento ocorre. (CARAVIERI, et al).
Conforme Bergamini (2006) Lewin trouxe uma especial contribuição na sistematização do estudo acerca da motivação, ao passo que busca uma associação coordenada no que diz respeito aos efeitos do passado na questão do comportamento do presente. Dedicou-se às áreas de processos sociais, motivação e personalidade, aplicou os princípios da psicologia da Gestalt.

   Para Kurt Lewin "O comportamento é produto de um campo de determinantes interdependentes (conhecidos como "espaço de vida" ou " campo social" ). As características estruturais dessa campo são representadas por conceitos extraídos da topologia e da teoria de conjuntos e as características dinâmicas são representadas através de conceitos de forças psicológicas e sociais" (Zander, 1967)


 David Ausubel
         
               David Ausubel dizia que o principal no processo de ensino é que a aprendizagem seja significativa e que quando o material a ser  aprendido não consegue ligar-se a algo já conhecido, ocorre o que ele chamou de aprendizagem mecânica.
Segundo este autor para haver aprendizagem significativa é preciso duas condições: 
1)o aluno precisa ter uma disposição para aprende, quando não há essa disposição a aprendizagem é mecânica.
2) o material a ser aprendido tem que ser potencialmente significativo: ele tem que ser logicamente e psicologicamente significativo: o significado lógido depende somente da natureza do material, e o significado psicológico é uma experiência que cada indivíduo tem. Cada aprendiz faz uma filtragem dos materiais que têm significado ou não para si próprio.

 "O aprendizado significativo acontece quando uma informação nova é adquirida mediante um esforço deliberado por parte do aprendiz em ligar a informação nova com conceitos ou proposições relevantes preexistentes em sua estrutura cognitiva." (Ausubel et al., 1978, p. 159)"


 Lev Vygotsky


 
Sua teoria chamada historico-cultural constitui-se uma vertente da psicologia que se desenvolvia na União Soviética nas décadas iniciais do século XX, e teve o psicólogo Lev Vygotsky como o fundador. Ele dizia que as funções psíquicas humanas, antes de se tornarem internas ao indivíduo, precisam ser vivenciadas nas relações entre as pessoas: não se desenvolvem espontaneamente, não existem no indivíduo como uma potencialidade, mas são experimentadas inicialmente sob a forma de atividade interpsíquica (entre pessoas) antes de assumirem a forma de atividade intrapsíquica (dentro da pessoa).
Ao estudar as formas do desenvolvimento das funções como a linguagem, o cálculo, o pensamento, a memória, o controle da conduta. Vygotsky percebeu que para avaliar esse desenvolvimento, utilizava-se apenas aquilo que a criança era capaz de fazer de forma independente, sem ajuda de outros. Então chamou de nível ou zonas de desenvolvimento real, uma vez que expressa o nível de desenvolvimento psíquico já alcançado pela criança. No entanto percebeu a existência de outro indicador que precisava ser necessariamente considerado ao lado do desenvolvimento real já alcançado pela criança. Esse outro indicador foi chamado nível ou zona de desenvolvimento próximo e se manifesta por aquilo que a criança ainda não é capaz de fazer sozinha, mas já é capaz de fazer em colaboração com um parceiro mais experiente. (CARRARA, 2004).

Referências:
GONÇALVES, Suzana. Coletânea de textos teorias da aprendizagem, práticas de ensino: contributos para formação de professores. Coimbra, 1993.
CARRARA, Kester (Org.). Introdução à psicologia da educação: seis abordagens. São Paulo: Avercamp, 2004.
CUNHA, Marcus Vinicius da. Psicologia da Educação.4.ed.Rio de Janeiro: Lamparina, p.58-84, 2008.
GOMES, Henriette F. A formação social da mente: O desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. [S.l.]: São Paulo, Martins Fontes, 1989. p. 97.
MIZUCAMI, Maria da Graça N. Ensino: As abordagens do processo. São Paulo, EPU, p.75-77, 1986.
MORTIMER, Eduardo Fleury; CARVALHO, Anna M. Pessoa de. Referenciais teóricos para análise do ensino de ciências. Cad. Pesq. São Paulo, n. 96 p. 6-7, fev. 1996.
REGO, T. C. Vygotsky: Uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis-RJ. Vozes,1995.


Links para download de alguns livros relacionados:*

domingo, 6 de novembro de 2011

O professor construtivista e a prática da teoria na escola

   O método construtivista propõe que o aluno paticipe de forma ativa do seu aprendizado, através da experimentação, dos trabalhos em grupo, do estímulo à dúvida e do desenvolvimento do raciocínio. Desse modo, o professor construtivista deve ser primeiramente um observador, para que com essa análise inicial ele conheça os interesses e os conhecimentos prévios do seu aluno e a partir daí procurar mostrar elementos e criar situações para que o  aluno construa o próprio conhecimento, cada vez mais complexo e estável.O professor deve respeitar a individualidade do aluno e ser um orientador. Deve estimular o desenvolvimento intelectual do aluno, sem fórmulas, incentivá-lo a fazer suas próprias escolhas, de modo que este se torne livre e compreenda melhor o mundo onde vive. É um conhecimento qualitativo, já que o aluno compreende a natureza do conhecimento que está aprendendo na escola.

Conheça mais sobre o construtivismo, uma das pedagogias mais presentes nas escolas brasileiras:






Referências:
http://www.fae.unicamp.br/cempem/lapemmec/cursos/el654/2001/sergio_sidney_e_carlo_magnus/EL654/pagina/Construtivismo.htm
 http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-25551997000100011&script=sci_arttext
 http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/N1/2artigo.htm
MIZUKAMI, Maria da Graça N. Ensino: As abordagens do processo. São Paulo, EPU, p.75-77, 1986.

O que é o Construtivismo na educação?

  Construtivismo é uma corrente teórica que diz que a inteligência humana se desenvolve tendo o processo da aprendizagem como o resultado de uma interação do homem com o meio físico e social. De acordo com essa teoria o homem não nasce inteligente e não é passivo sob a influência do meio, ele constrói seu próprio conhecimento num processo dinâmico respondendo aos estímulos externos e agindo sobre eles, isto é, o conhecimento é uma reformulação de saberes anteriores, uma substituição de conceitos por outros.
  Portanto, nenhum conhecimento é dado porque ele não está pronto. O construtivismo vai de encontro ao sistema educacional que tem como ideologia transmitir de forma repetitiva o que já está "acabado", que vê o conhecimento como um "prato feito". A educação deve ser vista como um processo de construção no qual alunos e professores devem interagir com o meio cultural onde estão inseridos, retirando seus conhecimentos prévios e reformulando-os.
  O construtivismo é, entre as teorias da aprendizagem, uma das mais aceitas pelos educadores e é baseada principalmente nos estudos sobre a construção do conhecimento na Epistemologia genética do suíço Jean Piaget.



 MITOS E VERDADES SOBRE O CONSTRUTIVISMO:

1) Jean Piaget foi o criador do construtivismo.

 Mito. Jean Piaget NÃO foi o criador do construtivismo. Na verdade, outros teóricos, como por exemplo Emília Ferreiro, usaram os estudos de Piaget sobre o funcionamento da inteligência e a construção do conhecimento para formular propostas pedagógicas construtivistas.

2) Já que constrói seu próprio conhecimento o aluno fica solto, o professor não ensina e não interfere no processo de aprendizagem do aluno sendo apenas um observador?

Isso é um equívoco! O professor construtivista não vai dar a resposta pronta e nem ensinar de uma forma padronizada, ele  vai agir como um mediador entre o aluno e o problema, estimulando a resolução deste aumentando a capacidade de raciocínio da criança e consequentemente a interação entre professor e aluno.


3) O professor construtivista não ensina a tabuada?

Outro equívoco. No construtivismo, o uso de livros didáticos é ignorado porque a maioria deles mostra o conhecimento de uma forma sequencial e rígida, o que faz com que o aluno somente memorize aquele conhecimento. No caso da tabuada a memorização é necessária para que o aluno desenvolva os cálculos mentais. Portanto, a tabuada é usada SIM, mas como uma forma de ajudar o aluno a desenvolver esses cálculos e só depois dele ter compreendido o significado das operações matemáticas.


Querem saber onde o construtivismo começou? Veja nossas próximas postagens.




Referências:
 http://www.ufpa.br/eduquim/construtquestoes.htm
http://www.pedagogia.com.br/conteudos/construtivista.php
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-25551997000100011&script=sci_arttext
http://www.profala.com/artpsico85.htm
MIZUKAMI, Maria da Graça N. Ensino: As abordagens do processo. São Paulo, EPU, p.75-77, 1986.

Vocês sabem como surgiu a psicologia cognitivista?

O termo “cognitivista” se refere a psicólogos que investigam os denominados “processos centrais” do indivíduo, dificilmente observáveis, tais como: organização do conhecimento, processamentos de informações, estilo de pensamento ou estilos cognitivos, e comportamentos relativos à tomada de decisões etc. (MIZUKAMI, 1986, p. 59).
A psicologia cognitiva emergiu da necessidade da comunidade científica em ultrapassar as insuficiências do behaviorismo para explicar fenômenos complexos como a linguagem, a criatividade ou a resolução mental de problemas, esta pôs de lado a relutância em estudar fenômenos não observáveis e passou a centrar-se no estudo do funcionamento cognitivo.
       A diferença reside no modo como encaram os mediadores cognitivos. Se para os behavioristas este papel é nulo, sendo o ser humano visto como essencialmente passivo e reativo ao meio, os cognitivistas , preocupados com o sistema cognitivo e com a forma como este trata, organiza e compreende a informação. Atribuíram ao ser humano um papel ativo, este possui capacidades cognitivas que permitem selecionar e procurar alternativas de ação.
Segundo os cognitivistas a estruturação cognitiva é o principal fator que influencia os processos cognitivos de aprendizagem, compreensão e retenção de informação e, por fim, a própria ação.
A perspectiva cognitivista reúne um conjunto grande de teorias e autores. Entre os mais significativos contam-se: o gestaltismo ou a teoria da forma (Wertheiner, Kohler e Koffka são alguns dos pioneiros; Kurt Lewin é famoso pelos seus estudos sobre liderança, é um dos discípulos das teorias do processamento da informação). Robert Gagné ou David Ausbel são dois nomes relevantes para o domínio da psicologia educacional; quanto às teorias estruturalistas Bruner é destaque e, por fim, as teorias de Piaget, cujas raízes estruturalistas e organicistas o incluem neste grupo muito embora o autor estivesse mais preocupado com o desenvolvimento do que com o processo de aprendizagem. (GONÇALVES, 1993, p.19)

Quer saber mais? Veja então alguns autores, suas respectivas teorias e  estratégias de aplicação em sala de aula em nossas próximas postagens.



Referências Bibliográficas:
MIZUKAMI, Maria da Graça N. Ensino: As abordagens do processo. São Paulo, EPU, p.75-77, 1986.
GONÇALVES, Suzana. Coletânea de textos teorias da aprendizagem, práticas de ensino: contributos para formação de professores. Coimbra, 1993.

Como se passa de um estado de menor conhecimento para um estado de maior conhecimento?

  Esse problema seduziu o biólogo Jean Piaget quando ele percebeu que poderia responder a esse questionamento se estudasse o progresso das categorias de conhecimento no decorrer da vida da pessoa, da infância à idade adulta. Foi assim que a psicologia da criança tornou-se o seu campo de estudo.



                                          Veja que legal este vídeo:


            Os métodos de investigação deste brilhante cientista diferem daqueles usualmente empregados por outras correntes porque em vez de medir a capacidade intelectual das crianças por meio de textos padronizados, Piaget recorreu a um procedimento que ficou conhecido como abordagem clínica que consiste em uma entrevista livre em que o pesquisador busca averiguar os fundamentos e processos relativos à capacidade cognitiva de seus sujeitos experimentais.
          As pesquisas piagetianas não consistiam em medir a competência intelectual, mas sim compreender como o indivíduo formula suas concepções sobre o mundo que o cerca, como resolve seus problemas. 

                              Observe um de seus experimentos neste vídeo:



A perspectiva piagetiana procura ir ao encontro de processos pedagógicos em que os alunos são tratados de acordo com suas particularidades cognitivistas. Isso não é interessante?
Trazendo para sala de aula, a concepção epistemológica de Piaget enfatiza a atividade do educando e a estruturação de um ambiente escolar que corresponda às características das pessoas, seus interesses, sua personalidade e valoriza seu conhecimento cotidiano. (CUNHA, 2008)

E aí, gostou? Ainda tem mais!


Referência Bibliográfica:
CUNHA, Marcus Vinicius da. Psicologia da Educação.4.ed.Rio de Janeiro: Lamparina, p.58-84, 2008.
MORTIMER, Eduardo Fleury; CARVALHO, Anna M. Pessoa de. Referenciais teóricos para análise do ensino de ciências. Cad. Pesq. São Paulo, n. 96 p. 6-7, fev. 1996
CARRARA, Kester (Org.). Introdução à psicologia da educação: seis abordagens. São Paulo: Avercamp, 2004.

Já ouviram falar em Jerome Bruner?

 
       Jerome Bruner é um psicólogo americano e um dos principais autores da teoria cognitivista. Para ele, aprender é compreender e isso resulta da capacidade humana de adquirir, transformar e avaliar informações que obtemos nas nossas experiências com o mundo.
Suas ideias acerca da aprendizagem foram influenciadas pelas concepções teóricas da forma (ou da Gestalt). O seu estudo sobre a aprendizagem e as aplicações no mundo de ensino foram divulgadas em duas obras de grande impacto na área da educação os livros "The processo of education" (1962) e "Toward, a theory of instruction" (1966) .


Veja aqui alguns artigos relacionados:





 Referências:
GONÇALVES, Suzana. Coletânea de textos teorias da aprendizagem, práticas de ensino: contributos para formação de professores. Coimbra, 1993.

Vamos levar essas teorias para o mundo do ensino?

De acordo com  Piaget:


               " O ensino tem que procurar desenvolver a inteligência e priorizar as atividades do sujeito, considerando-o inserido numa situação social." (MIZUKAMI, 1986).

"O papel do aluno nesta teoria deve ser ativo, fazendo por sua vez, observações, investigações, experimentações, comparando, relacionando e argumentando para que sua aprendizagem seja significativa." (MIZUKAMI, 1986).

"O aprendizado é individual e será construído a partir das estruturas mentais que o sujeito possui."  (GOMES, 2002).

"O professor deve ser um provocador e investigador do processo de construção de aprendizagem em sala de aula." (ROWELL, 1989 apud MORTIMER e CARVALHO, 1996).

De acordo com Bruner:


"O professor deve estimular no aluno uma auto- percepção de competência." (GONÇALVES,1993).


"A aprendizagem é algo que o aluno faz com que aconteça ao manejar a informação (os estímulos)."
(GONÇALVES,1993).

"O professor deve esclarecer os objetivos das tarefas de aprendizagem." (GONÇALVES,1993).


"A aprendizagem acontece devido à ação do sujeito sobre o meio e não devido a influência do meio."
(GONÇALVES,1993).


Referências:
MIZUKAMI, Maria da Graça N. Ensino: As abordagens do processo. São Paulo, EPU, p.75-77, 1986.
GOMES, Henriette F. A formação social da mente: O desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. [S.l.]: São Paulo, Martins Fontes, 1989. p. 97.
MORTIMER, Eduardo Fleury; CARVALHO, Anna M. Pessoa de. Referenciais teóricos para análise do ensino de ciências. Cad. Pesq. São Paulo, n. 96 p. 6-7, fev. 1996.
Caricaturas de Jean Piaget:   http://www.google.com.br/imgres?q=caricatura+de+piaget&um=1&hl=pt-BR&biw=1366&bih=575&tbm=isch&tbnid=Ebn_2zD0SBGXhM:&imgrefurl=http://novacharges.wordpress.com/category/caricaa
GONÇALVES, Suzana. Coletânea de textos teorias da aprendizagem, práticas de ensino: contributos para formação de professores. Coimbra, 1993.